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30 janeiro 2024

A decisão do Banco do Brasil e seus impactos na BIDS


Por Maurício Carrilho*

A decisão recente do Banco do Brasil de não mais fornecer garantias nas exportações da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) representa um marco significativo no cenário econômico e geopolítico do país. Essa mudança de postura do banco estatal pode ter implicações profundas para as empresas do setor, assim como para o complexo industrial e tecnológico relacionado à defesa.

08 dezembro 2023

Forças Especiais do Brasil: sua importância e seus valores


Por TC André Luis Cruz Correia*

As Operações Especiais, como o próprio nome diz, são operações que devem ser conduzidas por forças militares especialmente organizadas, treinadas e equipadas, com capacidade suficiente para atuar em ambientes hostis, negados ou sensíveis, visando a atingir objetivos estratégicos, empregando capacitações militares específicas, não encontradas nas forças convencionais (BRASIL, 2019).

Entendendo o conceito de Operações Especiais, infere-se que são operações revestidas de alto grau de sensibilidade, que demandam meticulosidade no planejamento e excelência na execução, fatores que são de fundamental relevância no combate moderno. Ainda, requerem forças militares altamente adestradas e comprometidas com a missão que lhes é destinada.

17 setembro 2023

Considerações para a base industrial de defesa no Brasil


Por TC Cav Rodrigo Schmidt Rodrigues*

Desde a publicação da Estratégia Nacional de Defesa o Brasil pôde identificar objetivos claros em torno das necessidades relacionadas aos aspectos de Segurança e Defesa. A definição de Entorno Estratégico, bem como a atribuição de tarefas específicas a cada uma das Forças Singulares (a Marinha com o setor nuclear; o Exército com a cibernética; e a Força Aérea com o setor aeroespacial), foram fatores que puderam nortear os objetivos para o incremento de uma mentalidade de defesa no País. Ademais, a definição de objetivos claros sobre o tema trouxe demandas para a definição de ações estratégicas, bem como o entendimento de que a Defesa se constitui em assunto de Estado, agregando toda a intuitiva multidisciplinaridade que permeia o tema.

05 setembro 2023

Por que o Brasil precisa de mísseis e foguetes?


Por Maj Cezar Augusto Rodrigues Lima Junior*

O ano de 1957 viu o homem realizar um dos maiores feitos da história. O lançamento do Sputnik pelos soviéticos representou o início da Revolução Espacial. Se 61 anos antes Santos Dumont dava início à Era da Aviação, os cientistas da União Soviética haviam conseguido algo que modificaria completamente a vida das pessoas nos anos seguintes.

Os americanos também não ficaram atrás e 12 anos depois fizeram a humanidade pisar na Lua, outro “grande passo” na famigerada corrida espacial. Sabe-se que os programas espaciais americano e soviético eram fruto da bipolaridade do pós-guerra e estavam inseridos em um contexto militar. Não à toa, o desenvolvedor do famoso foguete Saturno V da Apolo 11, Wernher von Braun, foi o engenheiro que muitos anos antes havia participado do desenvolvimento da temida V2 alemã.

18 julho 2023

Nova família de blindados para o Exército


Por Elígio Eliseu Prass*

Até o desenrolar da guerra da Ucrânia, era amplamente aceito que os blindados constituem a espinha dorsal dos exércitos mais poderosos do mundo e que suas forças armadas não deixariam de manter e utilizar esses meios na resolução de conflitos.

O campo de batalha moderno, conhecido também como multidomínio, requer a integração completa das capacidades de combate para garantir superioridade no enfrentamento, incluindo-se o uso de veículos aéreos não-tripulados (“unmanned aerial vehicle” – UAV), e Sistemas Anti-UAV, hoje tão propalados e divulgados na citada guerra Ucrânia x Rússia.

23 junho 2023

Base Industrial de Defesa e Segurança: uma necessidade de todo o Brasil


Por José Eduardo Leal de Oliveira*

Com a elaboração da Política Nacional de Defesa (“o que fazer”) e de sua Estratégia Nacional de Defesa (“como fazer”), a Base Industrial de Defesa e Segurança (BID) ganhou uma nova impulsão, se bem que aquém daquilo que se gostaria e/ou necessitaria. Mas o que é a BID ?

O Ministério da Defesa (MD) entende a BID como o conjunto das empresas estatais ou privadas que participam de uma ou mais etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos de defesa (bens e serviços) que, por suas peculiaridades, possam contribuir para a consecução de objetivos relacionados à segurança ou à defesa do País. Assim, o sucesso da BID depende do trabalho conjunto e harmônico do setor produtivo nacional, concentrado essencialmente na iniciativa privada, com o setor de desenvolvimento a cargo do Estado. Logo, o MD atua com vistas a promover condições que permitam alavancar essa BID, capacitando a indústria nacional do setor para que conquiste autonomia em tecnologias estratégicas para o Brasil. Ciente da magnitude desse desafio, o MD trabalha também para que haja esforço orçamentário continuado para os projetos estratégicos de defesa.

27 maio 2023

Conflito Ucrânia-Rússia e a indústria de defesa do Brasil


Por Maurício Carrilho*

O conflito entre Ucrânia e Rússia tem sido uma fonte de preocupação internacional devido às suas ramificações geopolíticas e humanitárias. Enquanto a atenção global se concentra nas consequências diretas desses eventos para a região, é importante considerar o impacto indireto que esse conflito pode ter na indústria de defesa do Brasil.

Em primeiro lugar, o conflito entre Ucrânia e Rússia tem levantado preocupações sobre a estabilidade regional e a segurança global. Países ao redor do mundo, incluindo o Brasil, podem se sentir compelidos a revisar suas estratégias de defesa e modernizar suas capacidades militares em resposta a essa turbulência. Essa demanda por atualização e modernização pode impulsionar a indústria de defesa brasileira, que poderia se beneficiar do desenvolvimento e fornecimento de tecnologias avançadas, equipamentos militares e sistemas de segurança.

23 abril 2023

Para que servem as forças armadas – guerra e paz


Por Flávio Carvalho*

Havia muito tempo que não se falava tanto nas Forças Armadas brasileiras, ainda que longe da maioria dos holofotes da grande mídia, Exército, Marinha e Aeronáutica se mantenham bastante ativos em suas lidas diárias em relação às missões primárias que lhes são próprias e, principalmente, aquelas ditas pelos próprios militares como sendo complementares. E é nessas últimas que as ações, e os recursos, das nossas forças militares têm sido empregadas de forma, penso, exagerada e até irresponsável, visto que militares não são treinados, formados ou tem vocação para atividades típicas do poder público civil, mas que no Brasil, não raras vezes, em vista da inépcia e a negligência tradicionais do poder político, historicamente são deixadas em segundo plano frente aos interesses corporativos, ao fisiologismo ideológico partidário e privado.

16 abril 2023

LAAD 2023 – notícias, esperanças e a dura realidade


Por Flávio Carvalho*

Esta semana, depois de quatro anos de ausência, teve seu encerramento na cidade do Rio de Janeiro a maior feira de negócios voltada pra sistemas de defesa e segurança na América Latina, a LAAD – Defesa e Segurança 2023. Com quase vinte anos de existência, e persistência, a LAAD começou como LAD – Latin American Defentech, no distante ano de 2003, ainda na primeira década deste novo século com o objetivo de ser um ponto de encontro, e de referência, para a indústria de defesa e segurança nacional, com pretensões, para a época, de se tornar, também, uma das maiores do gênero no mundo, e a maior do hemisfério sul. Embora ela ainda não seja considerada uma das maiores do gênero a nível mundial, é fato que a LAAD hoje pode ser considerada, ao menos na opinião deste autor, a mais importante feira de defesa e segurança do hemisfério sul, e com louvor. A feira, que começou pequena e tímida, como quase todas, hoje é um marco dos negócios da área de defesa e segurança, reunindo em seus estandes delegações e representantes de empresas e governos de centenas de países dos cinco continentes. Os principais players mundiais se fizeram presentes. E entre novos e velhos conhecidos, os números de feiras anteriores demonstrados – este ano ainda não tinham sido publicados até o momento em que escrevo este texto – não deixam dúvidas da pujança da mesma e sobretudo da qualidade da sua administração, e que os objetivos para os quais foi pensada foram quase todos alcançados.

09 abril 2023

O mar à nossa frente


Por Flávio Carvalho*

Poucas pessoas sabem, inclusive a nível acadêmico, que o Brasil possui uma das maiores áreas marítimas sob responsabilidade diante de si. Seja pela dimensão de seu litoral, com mais de 7 mil km de costas, seja pelo fato de que sua Zona Exclusiva Econômica (ZEE) ser uma das maiores pelo que nos foi herdado em termos históricos enquanto país. Existe ainda a plataforma continental e, também, a zona de salvamento aéreo e naval, sob responsabilidade do Brasil, dividido entre FAB e MB, respectivamente, através dos Serviço de Salvamento Aéreo (SALVAERO) e do Serviço de Salvamento Marítimo (SALVAMAR). Esta é uma zona que cobre cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados do Oceano Atlântico nos quais o Brasil é responsável por prover todos os meios necessários a atuar na busca e salvamento de aviões e navios que por ele trafeguem. Normalmente, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil costumam ir bem além de suas obrigações legais em relação a tal área, visto a ajuda prestada regularmente a países vizinhos, quando não, do outro lado do Atlântico Sul na costa ocidental africana, e as vezes no Mar do Caribe, onde a presença naval e aérea militar norte-americana e europeia se faz sentir mais fortemente.

03 abril 2023

Logística, o ‘calcanhar de Aquiles’


Por Flávio Carvalho*

É atribuída a Napoleão Bonaparte a frase: “os exércitos caminham sobre seus estômagos”. Particularmente não sei se o auto proclamado imperador francês disso isso ou não, mas é impressionante como ela trás à mente o fato de que nenhum ser humano é capaz de dar um passo sequer sem que tenha satisfeitos suas necessidades básicas, entre elas alimentação, vestimenta, abrigo, segurança e repouso. Se podemos considerar que tal premissa é verídica, e por sua vez verificável e demonstrada através de números e operacionalmente, vale dizer então que qualquer atividade, civil ou militar, depende, para o seu pleno sucesso, ao devido planejamento a fim de que todas as condições necessárias, e impositivas, ao melhor desempenho de seus atores, sejam principais ou secundários, estejam devidamente abastecidas com vistas a realizar suas tarefas na íntegra e atingir todos objetivos propostos.

27 março 2023

Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação


Por Flávio Carvalho*

A Avibras é considerada uma Empresa Estratégica de Defesa – EED conforme categorização definida pelo Ministério da Defesa (MD) em relação aos tipos de atividades, produtos, capacidade de inovação, pesquisa e desenvolvimento, e sobretudo, a quem pertencem, as mais variadas iniciativas privadas no mundo da indústria de defesa brasileira. A outra categoria é de Empresa Estratégica – EE. Somente empresas totalmente brasileiras são consideradas EED pelo governo federal, com outras que tenham alguma participação, ou sejam consideradas filiais de empresas estrangeiras, pertencendo àquela segunda categoria.

19 março 2023

Defesa é assunto sério (?)


Por Flávio Carvalho*

Esta semana li uma notícia vinculada na página da internet de um veículo de mídia tradicional sobre os planos chineses para desenvolver, mais ainda, suas já fortes forças militares, a fim de amparar suas políticas comercial, industrial e tecnológica no mundo. Todas sustentadas em uma necessária política de Defesa que deve acompanhar, no mesmo nível, a expansão da influência e interesses chineses nas próximas décadas. O que me chamou a atenção não foi nem tanto o fato da China dar grande importância à Defesa Nacional enquanto marco referencial para sua política externa, mas o autor conclamar que o Brasil deveria, também, levar o assunto a sério. Ou seja, a Defesa Nacional como assunto de Estado. Essa é uma afirmação no mínimo curiosa, dado que a imprensa em geral no Brasil não costuma oferecer espaço, e muito menos atenção ao tema. Não pelo menos fora dos cadernos de política, e cada vez mais frequente, segurança pública e\ou assistência social. Mas creio que se possa fazer algumas reflexões importantes sobre este “lapso” do autor da matéria.

12 março 2023

As lições que não aprendemos


Por Flávio Carvalho*

O Brasil sempre foi reconhecido internacionalmente como um país de povo ordeiro, receptivo e pacífico, e que não possui conflitos abertos com seus vizinhos, problemas fronteiriços ou pendências territoriais, e nem tão pouco pretensões de hegemonia ou imposição política, econômica ou militar dentro do que se chama, no jargão militar, de entorno estratégico nacional. A identidade nacional e a vocação para o desenvolvimento econômico e social de seu povo dentro da massa continental terrestre brasileira é assunto claro, definido e objetivo público adjudicado na constituição, nas leis, projetos e políticas públicas nacionais. Para o Brasil, é condição sine qua non viver de dentro dos acordos internacionais de que fazemos parte, consoantes os valores propagados pelas Nações Unidas – ONU, da qual fazemos parte desde a fundação, e defendemos, por princípio, a igualdade nas relações entre os países. Conquanto, sabe-se que as relações internacionais não são feitas à exata semelhança daquilo que é expresso nos muitos documentos, declarações e acordos assinados ao longo da história, e que nem sempre são lúcidos e representativos dos interesses reais de quem efetivamente tem o poder nas mãos. Como se diz, os países não tem amigos, tem interesses.

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