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28 março 2023

Mudanças nos sistemas de defesa antiaérea do Exército Brasileiro

VBC DAAe Gepard 1A2 (Foto: Roberto Caiafa)

Por Paulo Roberto Bastos Jr.*

No Boletim do Exército de hoje, 24 de março, foram publicadas as portarias EME/C Ex 993 e 994 que desativam os sistemas de defesa antiaérea Oerlikon/Contraves, de 35 mm, e Bofors /FILA, de 40 mm, respectivamente. Estas entram em vigor no dia 3 de abril de 2023.

O sistema de Oerlikon Contraves, composto por dois canhões automáticos geminados de 35×228 mm, com 90 calibres, e um equipamento de direção de tiro (EDT) Superfledermaus, começaram a chegar ao Brasil no 1º semestre do ano de 1977. Já o sistema Bofors, composto por um canhão automático de 40×365 mm R, com 70 calibres, e um EDT FILA (“Fighting Intruders at Low Altitude”, ou “atacante de invasores à baixa altura”, em português), que foi desenvolvido na década de 1980 pela empresa Avibras Aeroespacial, juntamente com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e em cooperação com a empresa sueca Bofors, foi adquirido em 1983. Ambos eram sistemas autorebocáveis e representaram, na época, uma enorme evolução na capacidade antiaérea do Exército.

Com a desativação destes sistemas, a defesa antiaérea da Força Terrestre contará apenas com as 34 viaturas blindadas de combate Gepard 1A2 (dotadas com os mesmos canhões Oerlikon de 35 mm) e os mísseis de curto alcance Ptt 9K338 Igla-S, russo, e RBS 70, sueco, ambos do tipo MANPADS (“man-portable air-defense systems”).

Canhão de 35mm Oerlikon C90 (Foto: EB)

Cientes da carência neste importante espectro da guerra moderna, o EB é a Força líder no programa de obtenção conjunta do Sistema de Artilharia Antiaérea de Média Altura/Médio Alcance do Ministério da Defesa, que pretende adquirir um novo sistema com capacidade de engajamento horizontal mínimo de 2.000 metros e máximo de 40.000 metros; e vertical mínimo de 50 metros e máximo de 15.000 metros, contra aviões, helicópteros, drones ou mísseis de cruzeiro, de alta ou baixa performance, em qualquer perfil de voo, desde velocidade zero até 2.880 km/h, e integrados ao SISDABRA.

O projeto busca a aquisição de até 15 baterias para as três Forças, sendo esperado o lançamento da consulta pública para ainda este ano. Diversas empresas Já manifestaram interesse m participar do certame, sendo os sistemas mais cotados o europeu IRIS-T e os israelenses Barak e Spider-MR.

Além disso, o EB também já estuda a aquisição de um sistema de defesa antiaérea para suas brigadas mecanizadas com o desenvolvimento de nova versão para sua viatura blindada 6X6 Guarani, cujo conceito será apresentado na próxima edição da LAAD.

Canhão 40mm M985 L70 Bofors (Foto: Roberto Caiafa)


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FONTE: Tecnologia & Defesa

*Sobre o autor: Paulo Roberto Bastos Jr.
Engenheiro de automação e Pesquisador militar, especialista em blindados e forças motomecanizadas da América Latina e Caribe.

Nota do Defesa Brasil Notícias: Matéria reproduzida com autorização do autor.

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