12 dezembro 2019

Conheça o papel do navio da Marinha do Brasil Almirante Maximiano, na busca pelo C-130 chileno

NPo Almirante Maximiano

Por Redação DefesaTV

Às 23h da ultima segunda-feira (09) a Força Aérea do Chile (FAC) emitia uma alerta dando conta do desaparecimento de uma aeronave C-130 Hércules, que voava de Punta Arenas à Antártica com 38 pessoas a bordo.


O contato com a aeronave fora perdido a 730 km ao sul da capital da região de Magallanes, e depois de quase 48 horas de intensas buscas, com ajuda internacional, na tarde de quarta-feira (11) foram encontradas as primeiras pistas.


O barco de bandeira chilena Antarctic Endeavour, da empresa Pescachile e que prestava serviço na busca, soou o primeiro alarme, a cerca de 30km de onde o avião fez contato pela última vez.

Ao meio-dia de quarta-feira (11), o navio encontrou diversos pedaços de esponja dos tanques internos de combustível do C-130. Após a descoberta, a Marinha chilena mudou sua estratégia e passou a focar nessa zona.

O barco mais próximo, além do Endeavour, era o navio polar Almirante Maximiano, da Marinha do Brasil (MB), uma das seis embarcações internacionais colaborando com as buscas. O navio, apelidado de Tio Max, é o único equipado com sonares de feixes múltiplos, capazes de capturar imagens a grandes profundidades.

Na noite de quarta, o Ministério da Defesa brasileiro informou que o navio coletou, por volta das 15h30, itens pessoais e destroços compatíveis com o C-130. As afirmações foram detalhadas posteriormente pelo intendente da região chilena de Magallanes, José Fernández.

Além dos destroços e itens, o navio também encontrou corpos supostamente pertencentes a passageiros do avião. Nesta quinta-feira (12), o chefe da Força Aérea chilena, Arturo Merino, disse que não há sobreviventes. “As condições dos restos que descobrimos tornam praticamente impossível o fato de alguém ter sobrevivido ao acidente”, afirmou.

O protagonismo do navio brasileiro, no entanto, chamou atenção. Segundo o jornal El Mercurio, “as últimas — e mais importantes — descobertas foram graças às atividades do Almirante Maximiano”.


Capacidade em profundidades


Segundo o comandante da Terceira Zona Naval chilena, contra-almirante Ronald Baasch, o navio foi essencial no tormentoso mar do Estreito de Drake. “O navio Maximiano tem a capacidade de usar um sonar de feixes múltiplos para obter a localização de elementos de tamanho importante sob as profundidades do mar”, afirmou.

Segundo ele, o Cabo de Hornos, um navio chileno de características similares, chegará no domingo (15), para somar esforços ao Maximiano, aumentando as possibilidades de encontrar evidências para entender o que houve com o C-130 e com seus tripulantes.

O Almirante Maximiano, através de seus sonares, consegue captar objetos a 4.500 metros de profundidade, um feito importante, considerando que a zona em que as buscas acontecem tem profundidade de 3.200 metros.

O barco, construído nos Estados Unidos e foi lançado em fevereiro de 1974. A MB adquiriu o navio em 2008, para o programa brasileiro na Antártica. O “Max” tem foco em investigações oceanográficas e já colaborou com países vizinhos em outras buscas, como a do submarino argentino ARA San Juan, em 2017.

O navio passou, ao longo dos anos, por diversas modificações e melhorias e atualmente é uma ferramenta essencial para pesquisadores e para apoio logístico. Com 93,4 metros de comprimento, ele conta com um hangar para dois helicópteros, com uma estação meteorológica e com instalações para pesquisas.

Em novembro, por exemplo, ele rebocou uma rede de micro plásticos em apoio a um projeto científico da Universidade Federal de Pernambuco, com o objetivo de investigar a estruturação do ecossistema na Ilha Rei George, onde fica a Estação Antártica Comandante Ferraz.

Parte do sucesso nas buscas pode se dar ao fato de os tripulantes do Maximiano já estarem acostumados com a região, à medida que Punta Arenas é um ponto usado por barcos brasileiros para abastecimento durante viagens à Antártica.

Além disso, o Ministério da Defesa disponibilizou duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (SC-105 e P3) para ajudar em operações de busca e salvamento.


Com informações do jornal O Globo

FONTE: DefesaTV

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